Pôr do Sol

Era o melhor cenário possível para um encontro romântico – a Praça do Pôr do Sol ao entardecer. Gramado para sentar ou deitar, árvores fazendo fotossíntese, leve brisa condutora do perfume das flores. Namorados trocavam agrados, maconheiros curtiam sensações já conhecidas, mas sempre desejadas, e solitários estavam à caça ou amargando a solidão…

Enquanto esperava por ela, sentado sob um frondoso flamboyant, usava o tempo para observar as pessoas ao redor. Buscava adivinhar seus segredos, ler no andar, nos gestos e na postura, as características de cada uma. Treinava, assim, o olhar de detetive, um hobby.

Naquela tarde, muitos vieram absorver a beleza do astro-rei se encaixando no horizonte. Mas ele não sabia apreciar a beleza sozinho, sem alguém íntimo ao lado, alguém que também copiasse o momento na memória. Esperar… rezaria se fosse preciso pelo sucesso daquele encontro, o céu ainda estava avermelhado, havia esperança, tempo, antes de escurecer… quem sabe se ela viria mesmo?

As cores que o Sol já oculto borrava no espaço celeste foram adquirindo tons mais fortes, intensos, e por fim, a noite dominou a claridade, e ele deixou a esperança adormecer na sombra da Terra.

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