Comala
“Vim a Comala porque me disseram que aqui vivia meu pai, um tal de Pedro Páramo.” O caminho para quem se vai, sobe; desce para quem vem adentrando um calor como o da boca de um vulcão. Lá embaixo, casinhas brancas amontoadas, o Sol do meio-dia tremulando imagens, gente pra lá e pra cá. Alguém empoeirado passando por mim, perguntei por Pedro Páramo. – Era um rancor vivo. Veja o abandono em que nos deixou – disse, e desapareceu, não vi como. Miragens? Sim, quando cheguei à praça não encontrei viva alma, ninguém, apenas o vento quente descascando paredes e telhados, ecoando, murmúrios, gemidos, queixumes, gritos… Ninguém, mesmo assim, os sinos da carcomida igreja seguiam marcando o tempo. Deixei-me levar pelo vento em busca de meu pai, e...
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