As Mulheres do Sultão

Era uma noite maravilhosa, uma dessas noites como só parecem existir quando se é jovem. Era o aniversário do sultão Ali, a tenda estava repleta de meninas dançando. Todos os anos, quando o Sol voltava àquele mesmo ponto do Zodíaco, ele adquiria uma nova esposa, e para isso, realizava uma competição entre as diversas candidatas que se apresentavam. Deviam ser bem jovens e bailar a dança do ventre com maestria. Confortavelmente sentado em suas almofadas, ele era o juiz, observava as candidatas que só para ele dançavam. Tinha de escolher apenas uma, tarefa difícil. Atrás de si, além dos eunucos, ficava o Conselheiro, sempre atento às necessidades mentais do patrão. De repente, atrapalhando a apresentação das candidatas, ouviu-se uma gritaria vinda...

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Quem afundou o Titanic

Balançava a rede de um lado pro outro, como seus pensamentos diante de um dilema: fazer ou não a lição que a professora de literatura solicitara. Olhava o céu manchado de nuvens escuras e a inércia tomava conta dele. – Vai chover, melhor ir pra cama – pensava, se espreguiçava, mas não se movia dali, balançando. Foi então que sentiu aquela presença etérea, mas conhecida, uma voz que lhe falava, que discutia seus pontos de vista. Ela chegou dizendo: – Larga de preguiça, escritor! Pra que se matriculou na oficina? Agora tem que ir até o fim. Para alguém que nasceu sob o signo de Áries, persistência não era seu forte. – O problema é que eu não sei o que escrever, mente vazia, sem inspiração, não consigo bolar nada – argumentou o...

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