Cicinha

Desceu do carro para abrir a porteira e deparou-se com ela – uma cadela peludinha, abanando o rabo pra ele. Desviou o olhar para não sucumbir à tentação – Se pegar todo cachorro que abandonam em minha porta… Ele já tinha seis, todos resgatados do abandono na entrada da fazenda. Era dessas almas compassivas que se doíam pelos outros, fossem humanos ou animais – Mas pra tudo deve haver um limite, dizia a si mesmo. Dia seguinte pela manhã, ao sair para o trabalho, ela ainda lá, abanando o rabo, já com menos euforia. Desceu do carro e a espantou – Fora daqui! Vai procurar outra fazenda, aqui não! A cadela se afastou devagar, magricela. Voltou ao carro e partiu, mas seu pensamento ficou preso: essa cachorra não saiu daqui, então não bebeu,...

Leia Mais